quarta-feira, 21 de outubro de 2009

HISTÓRIA DO BALLET


A dança nasceu com o Homem que sempre procurou dançar em situações festivas ou religiosas, mas o ballet, tal como é reconhecido hoje, surgiu na Itália no final do século XV, mais precisamente em 1489 no casamento do Duque de Milão com Isabel de Ararão. Depois, o ballet foi levado para França por Catarina de Médicis por ocasião do seu casamento com Henrique II. Em 1581, ela criou o Ballet Cômico da Rainha, para festejar o casamento da sua irmã. A França transformou-se, então, no grande palco do ballet mundial. Em 1661, foi fundada a Academia Real de Dança e, em 1713, a Escola de Dança da Ópera. O próprio Rei Luiz XIV, já em criança, começou a ter aulas de ballet e, aos 12 anos, fez a sua primeira apresentação na corte. Seu primeiro professor foi Pierre Beauchamp. Por volta de 1830, começou a época do ballet romântico, com as criações magistrais de Marie Taglioni (A Sílfide) e Carlota Grisi (Giselle). No final da era romântica, o centro mundial do ballet passou de Paris para S. Petersburgo, na Rússia. O coreógrafo francês Marius Petipa viajou e fixou-se para sempre naquele país. Serge Diaghilev fundou a era do ballet moderno e criou a sua própria companhia. Surgiram bailarinas e bailarinos lendários como Karsavina, Pavlova, Nijinsky e Fokine. Estava criada a Escola Russa de Ballet que, depois da Primeira Guerra Mundial, fomentou a sua expansão por todo o mundo e, principalmente, em Londres e em Nova York. Na Inglaterra, criou-se o Sadler’s Wells Ballet e, nos Estados Unidos, o Ballet Theater e o New York City Ballet. A partir de 1956, o Bolchoi de Moscou transforma-se em sensação mundial, com as lições de Vaganova, em S. Petersburgo. No Brasil, a primeira apresentação do ballet clássico foi realizada no Real Teatro de São João, no Rio de Janeiro, em 1813, um espetáculo dirigido por Lacombe, mas, só um século depois, com as apresentações das companhias russas de Diaghilev e de Pavlova, também no Rio de Janeiro, já no Teatro Municipal, o ballet brasileiro deslanchou definitivamente. Criou-se em 1927 a Escola de Dança do Teatro Municipal onde se formaram, entre outros, Berta Rosanova, Leda Yuqui, Madeleine Rosay e Carlos Leite. Mais tarde, outros nomes surgiram como Dalal Achcar e Márcia Haydée. Vaslav Veltchek dirigiu outra escola em São Paulo de onde saíram Alexander Yolas, Juliana Yanakieva, Raúl Severo, Aurélio Milloss, Tatiana Leskova, entre outros. Márcia Haydée e Ana Botafogo conseguiram grande expressão internacional. Entre as obras brasileiras de ballet que mais se destacaram, temos: Uirapuru, O Garatuja, O Descobrimento do Brasil, Maracatu de Chico Rei e Salamanca do Jarau.

O MÉTODO FRANCÊS

o método francês do ensino do ballet clássico, adaptado conforme os princípios da escola da Ópera de Paris. Esta metodologia acompanha a diretora e professora da academia, Rita de Cássia Monte Correia, desde seus tempos de bailarina profissional, quando aprendeu e desenvolveu a técnica.

As aulas procuram inspirar a confiança física e mental, com exercícios que respeitam os limites de cada aluno. Exercita-se a postura ideal ao corpo e ao crescimento das crianças, na busca de um desempenho eficiente e agradável.

POR QUE O BALLET? VANTAGENS E BENEFÍCIOS

BENEFÍCIOS

O movimento compõe a natureza humana na sua essencialidade e, quando bem orientado, é uma ferramenta que só traz benefícios ao corpo. Cada pessoa reúne uma série de características que a direcionam a executar com mais ou menos facilidade os exercícios, que são sequências de movimentos. A dança é uma manifestação artística que utiliza como linguagem o prórprio corpo em toda a sua extensão, como transmissor de sentimentos, movimentos e vivacidade.


CONSCIÊNCIA CORPORAL

O ballet cássico proporciona a conscientização corporal e aprimora as condições pessoais, como a postura, a flexibilidade e o equilíbrio. O trabalho envolve todos os grupos musculares, em execuções harmoniosas, que proporcionam o crescimento consciente e a aceitação do limite corporal. O estudo contínuo do ballet clássico desenvolve o raciocínio físico, a criatividade e a sensibilidade. Para obter resultados positivos com a prática do ballet é imprescindível o ensino qualificado, com professores preparados e experientes.

ROYAL ACADEMY OF DANCE – RAD (Inglês)

Certamente o sistema mais divulgado no Brasil. Sua técnica foi elaborada de forma a ser bem dividida em seus Syllabus, ou seja, a matéria a ser aprendida, de forma que o aluno não se sente apressado a aprender. Trabalha muito as linhas, tendo um cuidado especial com as crianças e jovens bailarinos. O método Royal acredita na importância de cada estudante ter uma meta e o progresso é medido pelos Exames, abertos a todos os estudantes, oferecendo-lhes um desafio para demonstrarem o seu entendimento e conhecimento do trabalho. Este método para exames (Syllabus) foi cuidadosamente elaborado:

* Objetivos claramente definidos e diferenciados para cada nível.
* Um plano global que indica os estágio evolutivos.
* O escalonamento de notas dadas pelos diversos graus de habilidade.

Método Cecchetti (italiano)

A técnica Cecchetti foi desenvolvida a partir das aulas do grande mestre de ballet Enrico Cecchetti, através da Sociedade Cecchetti. É um plano de aula completo, elaborado para treinar bailarinos para o trabalho profissional. Uma ênfase notável, no método Cecchetti, é dada à fluência dos braços, na passagem de uma posição para outra, muito mais do que em qualquer outro método. Pouco divulgado no Brasil. Utiliza-se de muita força e virtuosidade em passos e giros difíceis.

Porém em toda sua ciência e inalterabilidade o método Cecchetti é criticado por sua monotonia e acusado de não manter o interesse do aluno, críticas às quais seus defensores rebatem dizendo que o aluno não está na aula para se divertir, mas para aprender seu ofício.

Método Vaganova (Russo)

A técnica Russa Vaganova é derivada dos ensinamentos de Agripina Vaganova, a qual foi diretora artística do Ballet Kirov por muitos anos. No método Vaganova, os bailarinos dão maior atenção para as mãos, as quais, diferentemente do método Cecchetti, não fluem invisivelmente de uma posição para outra, é dado à ela uma maior energia e imponência, deixando-a para trás e trazendo-a de volta no último momento. No método Vaganova os exercícios de cada nível não são estabelecidos como no RAD. Cada professor coreografa sua própria aula, de acordo com as diretrizes dadas à eles, os alunos dançam essa aula em seus exames.

Seu trabalho é focado principalmente no desenvolvimento das características necessárias para que os bailarinos possam executar o Pas de Deux e ênfase especial é dada a dançar com o corpo inteiro ao invés de simplesmente se executar movimentos mecanicamente.

Ballet de Londrina

Dança com a Cia. Ballet de Londrina e teatro com a Cia. Nu Escuro, de Goiânia, são as duas atrações de hoje do 8º Festival Internacional de Artes Cênicas Goiânia em Cena. Às 19 horas, no Teatro da PUC Goiás, a Nu Escuro apresenta Preciso Olhar, sua mais recente produção, dirigida por Henrique Rodovalho, da Quasar (leia sobre o espetáculo nesta página). Às 21 horas, será a vez de a Cia. Ballet de Londrina ocupar o palco do Teatro Madre Esperança Garrido, do Colégio Santo Agostinho, com a coreografia Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças, de Leonardo Ramos.

Criado há 16 anos pela Fundação Cultural Artística de Londrina (Funcart), a companhia de dança contemporânea tem 22 coreografias no seu currículo. A mais recente, Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças, estreou no Festival Internacional de Londrina, um dos mais importantes do País, em junho deste ano. Logo depois, o grupo apresentou-se em Lima (Peru) e Assunção (Paraguai). Depois de Goiânia, fará exibições em São Paulo e em dez cidades do Paraná. Contemplada com o Prêmio Klaus Vinna de Dança 2009, da Funarte/Ministério da Cultura para Circulação, a companhia vai circular pelo Nordeste, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba em 2010.

Entre as mais conceituadas do País, a Cia. Ballet de Londrina já fez espetáculos em nove países da América do Sul e dezenas de cidades brasileiras. Seu objetivo agora é levar sua dança à Europa. Mantida pela Prefeitura de Londrina, a companhia, formada por 15 bailarinos (profissionais e estagiários), investe na linguagem contemporânea da dança e na pesquisa.

“A companhia tem uma identidade, um produto bem elaborado, que pode não ser inovador, mas é muito bem desenvolvido”, afirma o coreógrafo Leonardo Ramos, há 15 anos à frente do grupo, fundado em 1993. Há pouco mais de um ano, ele assumiu a direção da Funcart, mas revela que sua vocação é mesmo a dança. Além da sede e do pagamento de salários, a Prefeitura de Londrina patrocina as montagens dos espetáculos. Mesmo assim, a companhia faz captação de recursos em empresas privadas e através de prêmios e editais destinados à dança. “São recursos de pequeno porte. A gente vive com a corda no pescoço, com medo de que alguma coisa dê errado, haja um retrocesso e a gente perca o apoio da prefeitura”, revela o coreógrafo.

Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças tem como enfoque o chamado rito de passagem da infância para a idade adulta, que ocorre, segundo o coreógrafo, cada vez mais cedo na vida das pessoas. “Dormimos criança e lamentavelmente acordamos adultos”, salienta. Com o amadurecimento repentino, o adulto perde a criança que havia no seu corpo.

“O espetáculo é um alento para a dor da perda da infância, um conforto para a angústia da perda, e a esperança de um mundo menos pesado no cotidiano”, reitera o coreógrafo, esclarecendo que a coreografia não tem um enredo fechado em si mesmo, mas aposta na resvala. “Nossa proposta é que a plateia trabalhe a emoção sobre o que está em cena. Faça a sua própria leitura, organize o corpo como produto amadurecido”, explica.

Fora do eixo
Em todas as suas produções, o Ballet de Londrina procura levantar questões que desencadeiem questionamentos, a busca de novos eixos de equilíbrio, outras formas de locomoção que não sejam feitas só com as pernas, mas de forma integral, diz o coreógrafo. Assim como a goiana Quasar Cia. de Dança, a Cia. Cena 11, de Santa Catarina, e o Grupo Corpo, de Belo Horizonte, a Cia. Ballet de Londrina consolidou-se fora do eixo Rio–São Paulo, que ainda é considerado por muitos como fundamental para artistas de qualquer área progredirem e conquistarem o seu espaço.

Leonardo Ramos considera que essas condições estão mudando, e os grupos apostam na continuidade do trabalho e na busca de novos espaços em seus próprios locais de origem. Nada impede que façam contatos em todos os lugares, pois as distâncias estão cada vez mais curtas. Prova disso é a multiplicação dos convites para turnês. “O ambiente está mudando. Isso é muito bom”, assinala.

Além da criação exclusiva, a Cia. Ballet de Londrina preocupa-se com a formação de elenco permanente e profissional de seus bailarinos. A característica autoral e o trabalho coletivo são outras características. “Londrina tem a companhia como um valor cultural e não político-partidário. Temos um público que nos prestigia”, assegura o coreógrafo, que rotineiramente estreava um espetáculo por ano.

Depois de Decalque, de 2007, preferiu apostar numa temporada maior e em criações mais espaçadas. “Decalque definiu o perfil da companhia”, assegura. A Cia. Ballet de Londrina traz a Goiânia os bailarinos Alessandra Menegazzo, Alexandre Micale, Bruna Martins, Carina Corte, Cláudio de Souza, Gláucia Leite, José Maria, Nayara Stanganelli, Marciano Bolleti, Viviane Terrenda, Guilherme Floriano e José Ivo. Vitor Rodrigues faz participação especial. O grupo vem acompanhado do diretor e coreógrafo Leonardo Ramos, da assistente de direção Ana Maria Aromatário e técnicos.